sábado, 25 de outubro de 2014

Displasia Coxofemoral Canina

Figura 1: São Bernardo, uma das raça com predisposição a DCF.

A displasia coxofemoral é uma doença multifatorial, que acomete principalmente cães de médio a grande porte, como: pastor alemão, rotweiller, labrador e são-bernardo, boxer, mastiff e fila(ROCHA, 2008). A displasia é caracterizada por instabilidade articular, achatamento da cabeça do fêmur, arrasamento do acetábulo.
Etiologia: sua causa é multifatorial, como hereditariedade, nutrição, ambiente( piso liso e escadas) e obesidade(LEMOS, 2008).
Fisiopatologia: defeito congênito iniciado pela predisposição a luxação e subluxação da articulação coxofemoral(LEMOS,2008). Associado a isso, ocorre uma má congruencia entre a cabeça do femur e articulação acetabular, que cria forças anormais na articulação interferindo no desenvolvimento normal predispondo ao desenvolvimento da displasia e consequentemente sobrecarregando a articulação, causando microfraturas e doença degenerativa da articulação(LEMOS, 2008). 
Figura 2: esquema mostrando as diferenças entre uma articulação saudável e com displasia. 

Sinais Clínicos: Os animais podem apresentar claudicação uni ou bilateral, dor, dorso arqueado, peso corporal deslocado em direção aos membros anteriores, rotação lateral dos membros e andar bamboleante( CHAGAS, 2012) 




Assista o vídeo acima, de um cão da raça rotweiller com displasia coxo femoral, expressando os sinais clínicos caraterísticos da doença.


Diagnóstico e classificação: O diagnóstico é feito através da epidemiologia mais os sinais clínicos e com o exame complementar de radiodiagnóstico, que vá confirmar a doença. É importante na hora de radiografar a articulação coxofemoral seguir um protocolo padrão na hora de posicionar o paciente para radiografar. Devido a dor, é necessário anestesiar o paciente antes de fazer a imagem. Após colocar em posição ventrodorsal se faz a técnica radiográfica por estresse, que mostrará o grau de displasia(CHAGAS, 2012).
Figura 3: Técnica radiográfica por estresse.
O grau de displasia é classificado de acordo com os achados radiográficos que são calculado pelo método de Norberg(CHAGAS 2012):
 1) Grau A: sem sinais de displasia coxo-femoral. Angulo aproximadamente 105º.
 2) Grau B:  Articulações coxofemorais próximas da normalidade: a cabeça femoral e o acetábulo são ligeiramente incongruentes e o ângulo acetabular, segundo Norberg, É de aproximadamente 105º. 
 3) Grau C: Displasia coxofemoral leve: a cabeça femoral e o acetábulo são incongruentes. O ângulo acetabular é de aproximadamente 100º. 
 4) Grau D: Displasia coxofemoral moderada: a incongruência entre a cabeça femoral e o acetábulo é evidente com sinais de subluxação. O ângulo acetabular, segundo Norberg, é de aproximadamente 95º.
 5) Grau E: Displasia coxofemoral grave: há evidentes alterações displásicas da articulação coxofemoral com sinais de luxação ou distinta subluxação. O ângulo de Norberg é menor que 90º. Há evidente achatamento da borda acetabular cranial, deformação da cabeça femoral ou outros sinais de osteoartrose. 
Figura 4: a) Grau A; b) Grau B. c) Grau C; d) Grau D; e) Grau E.
Resumindo deve-se visualizar na imagem radiográfica para confirmar displasia: incongruência da cabeça do fêmur e acetábulo, arrasamento do acetábulo, achatamento da cabeça do fêmur, sinais de subluxação ou luxação e sinais de osteoartrose. Lembrando que esses achados radiográficos vão variar com o grau de displasia.

Tratamento: O tratamento vai depender da idade do animal e da severidade da displasia. O uso de analgésicos, anti-inflamatórios, corticoides, e a realização fisioterapia e acupuntura, trazem bons resultados(CHAGAS,2012). Em alguns casos é necessária a intervenção cirúrgica, como a prótese de quadril e a ressecção da cabeça do fêmur.
Figura 5: Mastiff, raça gigante com predisposição DCF.


Vídeo do Dr Marco Aurélio Motta sobre displasia coxofemoral(CLIQUE AQUI)


Referências



CHAGAS, B.B,; et al. Métodos por Imagem no Diagnóstico da Displasia Coxofemoral Canina. 2012.
BARROS, G.S.;et al. Freqüência da displasia coxofemoral em cães da raça Pastor Alemão. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia, 2008.
LEMOS C.M.;et al. Prevalência de displasia coxofemoral em cães atendidos no hospital veterinário da universidade luterana do Brasil, 2007.
LOPEZ, K.R.F.; et al. DISPLASIA COXOFEMORAL EM CÃES DA RAÇA BOXER: DIAGNÓSTICO SEMIOLÓGICO, RADIOGRÁFICO E TRATAMENTO CLINICAMENTE EFICAZ PELA ACUPUNTURA. Acta scientiae medical on line, 2011.
ROCHA, F.P.C.; Displasia coxofemoral em cães. Revista Cientifica Eletrônica de Medicina Veterinária, 2008.


Imagens:

http://clubeparacachorros.com.br/wp-content/uploads/2014/08/sao-bernardo.jpg
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