quinta-feira, 18 de setembro de 2014

CINOMOSE


 
Figura 1: A cinomose acomete principalmente filhotes entre 30-90 dias.

A cinomose é uma doença endêmica, que afeta principalmente os cães jovens. A taxa de ocorrência na clínica pode chegar a 6% dos casos, e também representar até 11% do total de mortes em cães ( OLIVEIRA, 2009 ).
Agente etiológico: o vírus da cinomose canina (canine distemper vírus), pertence à família Paramyxoviridae e ao gênero Morbilivirus( SANTOS, 2006 ).
Epidemiologia: não existe predisposição de sexo ou raça, porém acomete animais de idade que varia entre 60 e 90 dias, devido a diminuição nos anticorpo recebidos da mãe.  Animais com até dois anos de idade podem também ser contaminados devido a uma vacinação incorreta ou insuficiente(ALBUQUERQUE, 2013).

Patogenia: o vírus infecta linfócitos e replica-se, e via circulação sanguínea propaga-se para órgãos linfoides, invade tecidos epiteliais e o sistema nervoso central. O vírus é eliminado nos exsudatos respiratório, nas fezes e nos exsudatos conjutivais por até 60 a 90 dias após a infecção natural(OLIVEIRA,2009). Após a inalação o vírus é fagocitado pelos macrófagos e os vasos linfáticos levam para os tecidos linfoides tonsilar, faríngeo e bronquial. A replicação em órgãos linfoides por todo o corpo aumenta o número de vírus por 2 a 6 dias. O sistema nervoso central e os tecidos epiteliais são infectados entre 8 e 14 dias aproximadamente, após a infecção pelo vírus (OLIVEIRA, 2009).
Lesões Macroscópicas: Polioencefalomielite, leucoencefalomielite desmielinizante, nasofaringite, conjuntivite serosa a catarral e mucopurulenta (infecção bacteriana secundaria). Broncopneumonia supurativa, secundária a Bordetella bronchiseptica. O vírus afeta também o desenvolvimento dos brotos dentários e ameloblastos, causando hipoplasia do esmalte nos cães que se recuperam da infecção(MACGAVIN, 2013).


Lesões Microscópicas: nos pulmões espessamento das paredes dos alvéolos devido a infiltrados mononucleares intersticiais e hiperplasia dos pneumócitos tipo II.
Figura 2: Pneumonia supurativa
Inclusões virais eosinofílicas intranucleares ou intracitoplasmáticas são comuns nos epitélios, principalmente bexiga, pulmão, estômago e pelve renal. No SNC: desmielinização, hiperplasia e hipertrofia astrocítica, corpúsculos de inclusão intranucleares, neurônios necróticos ( vermelho) e células inflamatórias mononucleares(MACGAVIN,2013).
Figura 3: Lâmina 1: manguito perivascular; lâmina 2: corpúsculos de inclusão intracitoplasmáticos; lâmina 3: necrose e degeneração do estrato córneo no giro dentado; lâmina 4: corpúsculos de inclusão no epitélio da bexiga.


Sinais clínicas: consistem em febre bifásica, diarreia, vômito, perda de peso, descarga oculonasal mucopurulenta, tosse, distúrbios respiratórios e possível perda de visão. Hiperceratose dos coxins plantares e plano nasal.
Figura 4: Hiperceratose dos Coxins.
Sinais nervosos incluem ataxia, paralisia, convulsões ou mioclonias residuais (contrações musculares, tremores e tiques) ( MACGAVIN, 2013).
Figura 5: Animal com paresia dos membros posteriores

Diagnóstico: o diagnóstico se baseia no sinais clínicos descritos em cães jovens ou com vacinação inadequada.
Figura 6: Mioclonia generalizada

Tratamento: não há tratamento com anti-virais para cinomose. Os antibióticos de amplo espectro são indicados para o controle das infecções bacterianas secundárias. A reposição de eletrólitos, o uso de vitaminas do complexo B e complementos nutricionais são indicados como terapia auxiliar (SANTOS, 2006). Além manter os olhos e nariz limpos e suporte nutricional para reestabelecer a imunidade do animal.
Referências

MACGAVIN, D.M.; ET AL . Bases da patologia em veterinária. Rio de Janeiro, Editora elsevier, 2013.

ALBUQUERQUE, A.R.; ET AL. Cinomose: Revisão de Literatura.  Anais 11º Encontro Científico Cultural Interstitucional, 2013.

SANTOS, B.M.; Cinomose: Revisão de Literatura. Especialização Latu Senso, 2006.

OLIVEIRA, A.C. Cinomose: Revisão de Literatura. Revista Científica Eletrônica de Medicina Veterinária, Ano VII 12 edição, 2009.

Imagens

http://amigodepatas.vet.br/doencas/imagens%20doenca/cinomose4.jpg
http://pato-especial.blogspot.com.br/2012/11/aula-pratica-caso-cinomose.html
http://www.ufrgs.br/patologia/ENSINO/ATLAS/Canino.%20Pulm%C3%A3o.%20Cinomose.%20Pneumonia%20supurativa%20difusa%20acentuada..JPG
http://198.1.102.131/~momentof//wp-content/uploads/2012/11/medium/filhotes-de-husky-siberiano-6.jpg

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