domingo, 31 de agosto de 2014

Criptococose Felina

Figura 1: Felino com plano nasal ulcerado.

A criptococose é uma infecção fúngica, sistêmica, cosmopolita que pode ser transmitida para o gato, cão e até para o homem. A doença pode afetar o trato respiratório (especialmente cavidade nasal), sistema nervoso central, olhos e pele. A doença no felino geralmente é localizada. A doença não é transmitida diretamente do animal para o homem.
Epidemiologia: A infecção é adquirida através de fontes ambientais do fungo, especialmente a partir da inalação de propágulos providos das excretas de aves, principalmente pombos.
As fezes ficam no ambiente, sendo reservatório de partículas infectantes durante anos. O gatos machos são mais acometidos 75% e com idade superior a quatro anos 62%(CEZAR, 2012).
Etiologia: a criptococose é causada por um fungo da classe bastomyces, espécie cryptococcus neoformans.
Patogenia: A principal porta de entrada para as leveduras ou basiodiosporos do cryptococcus neoformans no gato é o trato respiratório, mas também pode ser por inoculação cutânea direta(STRADIOTO, 2010).
Segundo Stradioto, uma vez inalados, os microorganismos maiores podem ser filtrados e eliminados criptococcus neoformans. Animais infectados com o vírus da leucemia felina ou imunodeficiência felina, que causam imunossupressão, podem ser fatores predisponentes para a criptococose (STRADIOTO,2010).
Figura 2: Carcinoma de células esacamosas, um dos diferenciais
para criptococose.
Na árvore respiratória superior podem ficar retidos, causando infecções locais. Já as formas menores depositadas nos alvéolos, causando a forma pulmonar da doença. A partir dai, a extensão da infecção desde o trato respiratório ocorre pela invasão local e pela disseminação hematógena ou linfática. Por vezes a disseminação no sistema nervoso central também pode ocorrer através da invasão do agente na placa cribiforme. Para o estabelecimento da doença a imunidade do hospedeiro deve estar baixa. O sistema imune celular é o mecanismo de defesa primário contra o agente etiológico.
Lesões macroscópicas: A infecção por criptococos causa rinite e sinusite granulomatosa. Lesões oronasais com presença de crostas ou úlceras. Massas firmes ou pólidos no tecido subcutâneo, principalmente sobre a região nasal, que confere o "apelido" de nariz de palhaço. Pode ter linfoadenopatia mandibular, meningoencefalite ou mielite granulomatosa.
Figura 3: felino com lesão ulcerada, característica de Criptocose.
Lesões microscópicas:  Podem ser coradas por métodos rotineiros ou por meio de
corantes especiais para fungos como mucicarpina e coloração de Gridley. Os organismos são caracterizados por corpo leveduriforme de paredes espessas, de forma ovoide ou esférica, que ocasionalmente exibe um brotamento solitário e é circundado por uma larga cápsula gelatinosa(STRADIOTO, 2010).
Figura 4: citopatologia de criptococose. Coloração de Giensa, 400x.
Fonte: Axys analises.
Sinais clínicos: As alterações no sistema nervoso podem levar a convulsões, cegueira e alterações comportamentais.
Diagnóstico diferencial: Esporotricose e carcinoma de células escamosas.





Tratamento: o tratamento é realizado com antifungicos como: cetoconazol, fluconazol, itraconazol e anfotericina B. O tratamento é de longa duração normalmente 60 dias até a remissão dos sinais clínico. Após a remissão dos sinais clínicos o tratamento deve continuar por mais 30 dias(Hnilica, 2012).




















Referência
ESTRADIOTO, ELIANA AP. Criptococose felina: relato de caso e revisão bibliográfica.2010.
CEZAR, KARINE GONÇAVES. Criptocose em felinos: revisão de literatura. 2012.
Imagens
Figura 1:http://mesquitacomovai.com.br/saude/wp-content/uploads/2013/10/Imagem1.jpg
Figura 2:http://portalmedicinafelina.com.br/wp-content/uploads/2012/12/pombos-medicina-felina.jpg
Figura3:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhF-v0Y00ztU_BbiNN6M3xo6XPXpM_kIoLuxj-VKh037B7Iu_fqQ9IoycDgBqbkZ_zW5vtrnF-WTUM-xb_PWEzVuCs5I2ofzYTSF0u5k_oQlISNa8xsCcY0b3tqfhqTBq3jus965tyMuA/s1600/Imagem2.jpg

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