domingo, 26 de abril de 2015

Hipotireoidismo Canino

O hipotireoidismo é uma doença endócrina que acomete principalmente cães, sendo raro em gatos. O hipotireoidismo tem várias etiologias, as quais podem ser divididas em primarias, secundárias e terciárias.
Figura 1: Cão com mixedema causado por
hipotireoidismo.

A forma primaria, acontece quando são lesões diretas na tireoide e são responsáveis por 95% dos casos. As principais formas primárias são atrofia folicular idiopática, tireoidite linfocítica e neoplasmas primários de tireoide. A forma secundária (hipofisário), é causada pela diminuição da produção de TSH que pode ser causado por neoplasia de hipófise. A forma terciária ocorre pela deficiência na secreção do hormônio liberador de tireotropina (TRH) pelo hipotálamo. 
Etiopatogenia

  • Tireoidite linfocítica - há evidências que um modo poligênico hereditário pode ser encontrado em algumas raças como beagles, schnauzers gigantes, doberman pinschers e labrador retrivier. O desenvolvimento da doença se dá pela produção de anticorpos com a sua ação dirigida contra a tiroglobulina ou contra um antígeno microssomal, a tireoperoxidase. A lesões microscópicas consistem em infiltrados linfocíticos focais a difusos, que eventualmente são formados por plasmócitos e macrófagos. Podem ser encontradas células degeneradas no coloide vacuolizado.
    Figura 2: Infiltrado inflamatório (linfócitos e plasmócitos) (seta branca)
    e células foliculares no coloide (seta preta).
  • Atresia folicular idiopática - ocorre a perda do epitélio folicular e ruptura dos folículos de forma progressiva e a glândula é substituída por tecido adiposo e com uma resposta inflamatória miníma. Na lesão microscópica, é observada a degeneração do epitélio celular e do coloide. 
Figura 3: células epiteliais e coloide degenerado.

Epidemiologia - há uma incidência que varia entre 0,2% a 0,8% das doenças. A idade média de ocorrência é de 7 anos, mas pode ocorrer em quase todas as idades. As raças que tem uma maior prevalência é o Golden retrivier e o Doberman pinscher.
Sinais Clínicos - o hipotireoidismo pode afetar vários sistemas, assim pode ser incluído como diagnóstico diferencial para várias condições. Os sinais clínicos geralmente estão associados com a diminuição da taxa metabólica basal e lesões dermatológicas. Também podem haver outras alterações patológicas como alterações do sistema nervoso, cardiovascular e genital. Aqui iremos tratar das duas principais formas.
  • Diminuição da taxa metabólica - em um animal saudável os hormônios da tireoide influenciam a taxa metabólica, e aumentando o metabolismo basal e o consumo de oxigênio pelos tecidos orgânicos do corpo. Assim, a diminuição da produção de hormônios vai levar a uma diminuição do metabolismo basal, ou seja o organismo fica letárgico, aumentando o depósito de lipídios de reserva e aumentando a necessidade de energia pelo organismo. O sinais que comumente são observados são letargia, obesidade, fraqueza, intolerância ao exercício e intolerância ao frio.
  • Lesões dermatológicas - alopecia simétrica bilateral não pruriginosa, pelo finos quebradiços com retardo no crescimento, pele seca e escamosa, seborreia, piodermatite superficial, hiperqueratose, hiperpigmentação, mixedema e demora na cicatrização. 
No hipotireoidismo, as lesões dermatológicas comumente estão associadas a diminuição da taxa metabólica em quase 70% dos casos. Apenas lesões dermatológicas representam 85% dos casos e 50% dos casos significam aumento do peso.

Referências
MCGAVIN, M.D.; ET AL. Bases da patologia em veterinária. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013. 5º Edição.

Imagens
http://1.bp.blogspot.com/nxNkRBg3rl4/T5lXrBZDG8I/AAAAAAAAAAs/wuHyBzARAaU/s1600/obeso.jpg.
https://www.repository.utl.pt/bitstream/10400.5/1327/1/Hipotiroidismo%20canino.pdf
http://img.clasf.mx/2012/05/16/doberman-pincher-enano-20120516182357.jpg

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